domingo, 27 de março de 2011

Contradições da intervenção na Líbia

O mandato da ONU para a Líbia previa o controlo do espaço aéreo para evitar que as forças de kadafi bombardeassem civis e pusessem em curso um massacre da população. Mas afinal o que está a acontecer é que as forças da coligação não se estão a limitar a este mandato e estão a atingir alvos militares de kadafi independentemente de estes estarem ou não a ser usados contra populações civis, tanto quanto sabemos até nem estão.
Por outro lado, começam a ouvir-se vozes de altas figuras, como Obama e Clinton que exigem a retirada de Kadafi o que afinal revela, como se costuma dizer, o gato escondido com o rabo de fora: parecem estar apenas a aproveitar a oportunidade, invocando hipocritamente a defesa de civis, para se desfazerem de um líder instável e por vezes imprevisível em relação aos interesses do Ocidente.
Para se justificarem socorrem-se do apoio da chamada Liga Árabe que afinal, bem vistas as coisas, é ela própria constituída por um conjunto de ditadores que, tanto como Kadafi, oprimem os seus povos. Postas as coisas nestes termos coloco em dúvida a legitimidade desta intervenção que parece estar a ser movida mais pelos interesses do petróleo do que por quaisquer considerações humanitárias.
Resta ainda saber se os «libertadores» não estão a ser manipulados, como já se diz à boca cheia, pela famigerada Al Qaeda; se tal estiver a acontecer então Europa e companhia podem realmente limpar as mãos às paredes por mais uma cagada monumental.

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