domingo, 23 de outubro de 2011

O que eu tenho contra o neoliberalismo

O neoliberalismo implica um modelo de desenvolvimento que apresenta duas consequências altamente gravosas para a vida saudável das sociedades; por um lado cria condições para aumentar o fosso entre ricos e pobres e para proletarizar as classes médias, por outro, provoca instabilidade financeira adversa a um desenvolvimento económico sustentável.
No momento presente, os Estados, em crise, tendem a sobrecarregar de impostos o sector da população cujos rendimentos dependem do trabalho, retirando-lhes apoios sociais e lançando para o desemprego boa parte da população. Por outro lado, apoiam o sector financeiro considerando que este é imprescindível para a economia, aumentando assim o seu poder e a sua influência nas decisões políticas.
Com isto reforça-se a tendência já existente de valorizar o capital e de desvalorizar o trabalho. O que era preciso fazer e que todos os decisores políticos teoricamente defendem: regular a actividade financeira, que como bem sabemos teve ligações de peso à crise que atravessamos, fica mais uma vez no tinteiro. Os fluxos financeiros sem qualquer controlo estatal continuam desgovernados e o medo dos Estados perante a hipótese provável de fugas de capital manieta qualquer medida séria para resolver os problemas.
Até quando vamos continuar a ignorar que este modelo económico não é ele próprio sustentável e nos pode lançar mais uma vez numa guerra fratricida que tem sido sempre o escape do sistema capitalista para se aguentar?