sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A quarta revolução industrial e a crise econômica



Na ressaca da crise financeira de 2008, desencadeada pela desvalorização dos ativos subprime nos Estados Unidos, entretanto disseminada mundialmente através do sistema bancário internacional, entramos hoje numa fase de anemia económica com baixas taxas de crescimento, instabilidade financeira e tendencia para a deflação (veja-se o atual preço do petróleo).

No sentido de resolver o problema, tem sido adotadas políticas monetárias agressivas: juros muito baixos, por vezes próximos de 0; mas também tem havido fuga de capitais dos países emergentes, nomeadamente da China, o motivo parece ser por um lado a aversão ao risco e por outro a expectativa de obter maior rentabilidade do capital nos mercados financeiros dado que, entretanto, os EU elevaram a taxa básica de juro.
Por seu turno, a crise dos países emergentes repercute-se novamente nos países desenvolvidos, seu ponto de partida porque logicamente tudo está encadeado e vive-se num mundo global, desse modo, parece aproximar-se um novo período de recessão da economia.

No meio desta turbulência, estamos paulatinamente a entrar na quarta revolução industrial, catapultada por novas tecnologias que esbatem as divisões entre o físico, o digital e o biológico, com o desenvolvimento da inteligência artificial (computadores e programas de software que, através do estudo de centenas de casos e do escrutínio de dados, fazem descobertas sensacionais) e da robótica (os cobots, ou seja robots colaborativos interagem com as pessoas) os drones, a nanotecnologia, a internet etc. etc.
As duas principais características da 4ª revolução industrial são a automação e a conectividade levada a uma escala nunca vista na qual todo o mundo interage com todo o mundo. A automação será responsável pela perda de cerca de 5 milhões de postos de trabalho (Relatório do Fórum Econômico Mundial) que poderão ser  desempenhados pelos cobots. 

Os favorecidos por esta revolução vão ser obviamente os países mais desenvolvidos tendo à cabeça os Estados Unidos por virtude do seu maior desenvolvimento tecnológico, mas mesmo nestes países vão agravar-se problemas como os do desemprego e previsivelmente o da desigualdade social e pobreza; por isso todo o quadro económico tem de ser repensado, e tem  de ser repensado rapidamente.

Texto inspirado
na leitura dMarcos Antonio Macedo Cintra. artigo da Carta Capital de
25-02-2016

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