sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Intelectualidade bem pensante e ditaduras

Tanta gente preocupada com o Egipto e tão pouca atenção dada ao que se continua a passar no Irão onde, de 20 de Dezembro de 2010 a 31 de Janeiro de 2011, 121 pessoas - em média uma pessoa a cada oito horas - foram executadas, segundo dados da International Campaign for Human Rights in Iran (ICHRI) . E muitas dessas execuções decorrem daquilo que se designa por delitos de opinião ou infracções aquilo que as autoridades consideram o correcto comportamento moral que aqui está ligado à conduta sexual das pessoas. Sob o racional de que não se pode deixar corromper a juventude iraniana, semeia-se o terror e promove-se a mais execrável censura.
Como este país é inimigo dos EU e como a intelectualidade bem pensante do Ocidente continua ambígua e a não perceber que pode arranjar lenha para se queimar, deixa isto na sombra; aplaude a destituição do regime egípcio, «amigo» dos EU e remete-se ao silêncio quando se trata do inimigo, tão ou mais ditatorial, e muito mais perigoso porque alia a reacção política à reacção religiosa.

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