A Finlândia
(sempre ela!) deve começar, em 2017, a testar um sistema em que
todos os habitantes do país vão receber uma "renda
básica", mesmo que não trabalhem.
A reportagem é de
Gabriela Bazzo, publicada por Brasil Post,
21-10-2015.
Proposta pelo governo
recém-eleito, liderado pelo partido centrista, a
política conta com o apoio de 70% da população, de acordo com uma
pesquisa conduzida em setembro. Ainda de acordo com a publicação, a
maioria dos entrevistados acredita que um bom nível de renda básica
seria de 1.000 euros por mês.
Já especialistas ouvidos
pela RFI Brasil afirmam que a renda mínima ideal
obedece uma equação complicada: ela deve ser suficiente para tirar
pessoas da pobreza, mas também não pode ser tão
alta a ponto que não haja mais necessidade de trabalhar.
O tema interessa
particularmente aos desempregados: atualmente, cerca
de 10% da força de trabalho finlandesa está inativa, algo em torno
de 280 mil pessoas.
Em entrevista à BBC
no mês de agosto, o premiê finlandês, Juha Sipila,
afirmou que um programa de renda básica iria "simplificar"
o sistema de segurança social no país, que envolve vários
benefícios. De acordo com a RFI Brasil, entre os
objetivos do projeto está reduzir os gastos com programas
sociais.
Além disso, a renda
básica poderia encorajar os finlandeses que estão sem
empregos a procurarem vagas temporárias, que envolvem benefícios
bem menores. De acordo com partidários do movimento, uma renda
básica também tornaria possível que as pessoas trabalhassem em
cargos que lhes interessam mais, independente da remuneração.
De acordo com Stanilas
Jourdan, co-fundador do Movimento Francês
para a Renda Básica há um grupo de trabalho composto pelo Instituto
de Pesquisas Econômicas, por pesquisadores da Universidade de
Tampere e por outros pesquisadores independentes que vai estabelecer
os parâmetros do projeto piloto.
Caso saia, de fato, do
papel, o experimento será o primeiro a ser colocado em prática em
uma nação desenvolvida desde os anos 1970, de acordo com o Basic
Income Earth Network.
De acordo com informações
da BBC, o projeto piloto deve ser testado com 8.000,
que vão receber valores que variam entre 400 e 700 euros (R$ 1.787 e
R$ 3.128). A ideia pode, no entanto, esbarrar na Constituição
Finlandesa, que prevê tratamento igualitário a todos os habitantes